sexta-feira, 10 de abril de 2009

"A pasta" II

Caros amigos

A postagem do Tromps intitulada "A pasta" permitiu-me fazer algumas analogias com o funcionamento e a atitude que por vezes, e sem sabemos bem porquê, temos em relação à SMO.
Na nossa pasta está aquilo que em parte nos caracteriza como músicos, podemos saber solfejo e tocar um instrumento mas são os papéis que nos ajudam a ser um grupo unido e a caminhar todos na mesma direcção, ….bem por vezes uns mais à frente e outros mais atrás…….
Essa mesma pasta é utilizada todos os ensaios e concertos, mas que geralmente numa perspectiva do imediato, ou seja abre-se para tirar de lá um papel que estamos a tocar no momento.
Nunca nos preocupamos a olhar para o que há dentro dela, tal como no testemunho do Tromps que com certeza que há vários anos não o fazia. Se transpusermos para a nossa realidade compreendemos que a maioria das vezes é essa a nossa atitude.
Quantos de vós sabe o nome dos nossos colegas mais pequenos, eles que tal como nós quando éramos da idade deles, tentam encontrar o seu lugar no conjunto, saber até onde podem ser interventivos, olhando para nós como “monstros sagrados”, colegas da banda e de naipe mas ao mesmo tempo tão distantes. Alguém sabe quem é a Ana o Daniel e a Fátima ?
A maioria dos colegas nem à sala dos instrumentos sobe, limitando a sua acção entre a porta de entrada e o palco, numa de perspectiva de “tenho de ir ao ensaio,…….tenho de tocar,…….tenho de ir embora que amanhã tenho de me levantar cedo…….” E saem, se calhar, com um misto de alegria pelo facto de terem feito algo de que se gosta, alívio que acabou ou com o sentimento do dever moral cumprido.
Qual foi a última vez que entraram na porta que dá acesso ao camarim do lado direito ou que foram debaixo do palco ? Todos sabem onde se guardam as fardas que não estão distribuídas ? Qual foi a última vez que passaram pela porta que há por detrás do palco ? Sim há lá uma porta…
Sabiam que a SMO tem danças de salão ?
Presumo que se alguém nos perguntar porque é que vamos aos ensaios todas as semanas somos capazes de responder “Não sei, sempre foi assim….”

Aproveitem esta fase de mudança para pararem um pouco para pensar para que quando voltarmos à sede olhemos para ela de uma forma diferente, como um grupo alargado do qual todos fazemos parte.

Interino

4 comentários:

tromps disse...

É verdade que cada um de nós tira/dá uma pequena parte daquilo que podia tirar/dar a uma casa como a SMO. Já houve tempo em que ia lá todos os dias: uns dias para ensaios (banda, orquestra, quinteto), outros para reuniões (quando estive na direcção) aulas (quando dava aulas de trompete) ou para simplesmente tocar um bocado. Hoje limito-me a cumprir os "mínimos": vou ao ensaio (não muito a horas) e aos serviços que ainda vamos tendo. Tiro prazer de estar com pessoas de quem gosto e represento a instituição quando é preciso. É pouco? Será certamente. Era preciso estar mais envolvido para poder fazer mais coisas. É por demais fácil a desculpa de falta de tempo. É um dos aspectos não explica tudo. A distância explica outro tanto (sempre são 50 Km de cada vez que vou ao ensaio). E depois há alguma passividade que ajuda a ser mais espectador que actor. Nesta altura, não basta reconhecer no nosso "interino" um grande actor no palco da SMO. Há também que dizer "obrigado" e seguir um pouco mais o seu exemplo. E se reconheço que às vezes escapam-me alguns nomes dos músicos mais novos (às vezes a sua passagem é tão rápida que não chego a decora-los) acho que a SMO (esperemos que as novas instalações ajudem) deve ser pólo de atracção para que eles possam (pelo menos) habitar aquela casa pelo menos pelos anos que muitos de nós a habitam. NOTA: quando passava mais tempo na SMO, às vezes à tarde sozinho, gostava de sair pela porta de trás do palco, subir as escadas e ficar a ver e ouvir um pouco da cidade (a parte velha) naquela visão de cima do telhado.

TubaMístico disse...

Concordo plenamente. Devíamos olhar para "ver" o que se vai passando na SMO. Nem sempre se vê quando se olha... Todos nós termos as nossas razões. Mas, agora que estamos em tempo de mudanças, posso dizer, sem receios de ser mal interpretado, que as instalações da SMO também não ajudavam a criar um espaço de convívio confortável e acolhedor (principalmente no inverno). Espero também que as novas instalações contribuam para melhoramos este aspecto importante, não só para os músicos, mas para todos os sócios.

Unknown disse...

Meus amigos, concordo plenamente com o que disseram. No entanto, vejo necessidade de adicionar alguma informação.
1. Monstros sagrados - hão-de sempre existir monstros sagrados, vocês são os monstros dos mais pequenos, outrora, outros seriam os vossos. A forma de viver vertiginosa da sociedade urbana e a informação disponível a todos faz diminuir o gap entre gerações e no caso da SMO esse desafio também existe. Não que os monstros sagrados deixem de existir, devemos é achar mecanismos que aproximem os monstros e os mais novos.

2. Comunidade SMO - a comunidade é constituída pelas pessoas que de uma forma ou de outra se envolvem nas actividades relacioandas com a SMO e também pelas instalações onde habita a SMO. Hoje fala-se muito nas redes socias que se sucedem umas atrás das outras tendo como base a tecnologia tentando com que as pessoas se unam em volta de temas e assuntos. Mas se observarmos á nossa volta, a comunidade SMO, a rede social SMO está viva. Os temas, os assuntos existem!! Se com as novas tecnologias e o potencial das novas redes sociais conseguirmos agregar junto do núcleo da banda os elementos que normalmente estão mais alienados, porque não avançar nessa direcção?

tromps disse...

Independentemente do blog e do Grupo de Amigos da Sociedade Musical Odivelense (SMO) inaugurado pelo Drumster no Facebook, a nossa rede social sempre foi "presencial". O facto de haver pouca colaboração no blog prova talvez que ou as pessoas assim a veêm (até porque não acredito que - pela idade e informação que têm - não tenham apetência por outro tipo de comunidades baseadas em sistemas de tecnologia.
Vamos lá a inscrever no Facebook.

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