terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Escolhi falar do que não quero falar

Confesso que não sei bem do que falar. Por isso, escolhi falar do que não quero falar. Parafraseando um conhecido treinador: Vocês sabem do que estou a falar!!

Agora mais a sério. Nos tempos que hoje correm, as novas formas de comunicação permitem-nos transmitir a nossa opinião sobre os mais diversos assuntos, sendo as actualmente na moda o correio electrónico e os blogs. Muito ao contrário do que se passou ao longo da história da humanidade, actualmente, um grande número de pessoas pode difundir a opinião ou ponto de vista com um mínimo de esforço. No entanto, esse novo factor não veio contribuir para uma discussão ou divulgação mais aprofundada, dando-se um valor exagerado à assertividade (palavra tão em voga!) do que se está a dizer e muito pouco ao seu conteúdo. Isto acontece porque, na maioria das vezes, as pessoas expressam opiniões sobre as quais não conhecem o suficiente, ou não têm a mínima competência técnica. No fundo, transportou-se a conversa de café para estes novos meios de comunicação e promoveu-se o “opinanço” a uma nova forma cultural. Infelizmente, até os próprios meios de comunicação mais clássicos (jornais, rádio, televisão) foram contagiados por esta febre... Pan et circenses, talvez seja este o novo circo com que o povo se vai distraindo...

No fundo, o que eu queria dizer com este paleio todo de introdução é que não quero vir aqui escrever sobre o “problema do momento”, ou outro qualquer assunto que esteja na moda. Gosto no nosso blog por isso. Não nos pomos a falar disso que se encontra em centenas de blogs na internet e que, na verdade, bem vistas as coisas, a grande maioria não serve para muito, nem como discussão, nem como formação, nem como informação. Neste nosso espaço falamos de nós, individual e colectivamente, e é isso que quero aqui continuar modestamente a fazer. Por isso, nesta tertúlia virtual espero contribuir com algo a que esteja habilitado a escrever, sobre nós ou sobre mim, sobre música ou sobre química (que é o que faço profissionalmente).

Na próxima contribuição podem contar com algo de mais concreto.

1 comentários:

tromps disse...

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não poso querer nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Estas palavras de Álvaro de Campos (poema "Tabacaria") vão muito de encontro ao post do TubaMístico. Não sei como foi em outras épocas da história mas o opinanço sempre deve ter tido supremacia sobre o conhecimento e a competência técnica. É muito mais fácil opinar - basta falar - do que suar para chegar a algum tipo de conhecimento que acrescente algo à humanidade. O que há presentemente são media que transportam os opinanços mais depressa e de uma forma mais massificada. Do que precisamos é de muito espírito crítico para sobreviver no meio desta confusão de bites.

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