Sei que, depois de escrever e "postar" este post, ainda vou ter mensagens a dizer que não faço nada...
No entanto, só posso dizer que, apesar de todo o trabalho que tenho, e dos afazeres a preparar o Natal, só fui eu (o terceiro na lista de inscritos) que cumpri o prazo estabelecido pelo Sr. Prof. de Matemática.
Este post vai ser sobre "A minha vida na SMO" - sem bolinha...
Fez ontem 15 anos que, numa festa de Natal em 1993 (século passado) me juntei a um, chamemos-lhe, agrupamento musical que detém o nome de Banda da Sociedade Musical Odivelense.
Nos primeiros ensaios a que fui, sentei-me numa ponta de uma fila de gente (mais ou menos onde estão agora os 3ºs trombones) ao lado de trompetistas como: Mário, Pedro, Sandra, Elsa, Leonel, Marisa, Cláudio e a Carla (Fliscorne, mas "adoptada" na família trompetista desde sempre).
Foi uma experiência estranha... tentar acertar nas notas e não conseguir, tentar acompanhar os colegas e não conseguir, tentar tocar qualquer coisa de jeito e não sair nada, sentir-me completamente inútil...
Mas com calma, com muita paciência dos meus colegas (principalmente da Sandra que me estava sempre a dizer: "Olha os bemóis e os sustenidos", "Olha as notas", "Está calado"), lá consegui começar a tocar qualquer coisa de jeito e tentar melhorar (coisa que tenho feito desde essa altura até agora).
E já se passaram 15 anos!!!
15 anos de arruadas, procissões, concertos com situações boas e menos boas, engraçadas e sem piada nenhuma...
- Tocar na Basílica de Mafra com 2 coros e 2 bandas;
- Fazer uma procissão no Casal do Rato em que o padre não parou de falar ao telemóvel;
- A fabulosa procissão na Musgueira em que, apesar da fé das pessoas, existiam sempre os carochos a sair das barracas com um ar completamente tripado;
- Arruadas no Carnaval e ver passar à frente dos olhos diversos balões de água;
- Tocar no desfile de carnaval de Odivelas vestido de árabe...
- Tocar para o prédio sito na Abreu Lopes, onde supostamente ocorreram reuniões de preparação do 25 de Abril (mas em que éramos olhados com olhares de espanto por parte das pessoas que estavam ainda a dormir)... quem é que se lembra de ir tocar para um prédio às 9h30 da manhã em dia de feriado???
- O fabuloso concerto nas festas de Odivelas em 2006 acompanhados pelos assadores e o bebé Lily (ver um dos primeiros posts deste blog);
- Os Festivais Ibéricos no Pavilhão Paz e Amizade em Loures;
- O concerto no Parlamento Europeu em Bruxelas, no dia 28 de Abril de 2004!!!
Entre muitos muitos outros que agora não me recordo...
O que quero aqui referir é que existem momentos que tenho na memória e que me marcaram para sempre... e eu só cá estou há 15 anos...
Muitos outros momentos há (apelava, desde já a todos que, nos comments a este post, os referissem) que eu não partilhei porque ainda não pertencia a este grupo...
Para mim, e penso que para grande parte das pessoas, esta casa é a sua segunda casa... Não é só nos concertos de Natal e de Aniversário da SMO que dizemos isto... Dizemos isto, não por dizer, mas por o sentir...
Dizemos isto porque, quando vamos ao ensaio e estamos menos bem, sentimo-nos melhor quando voltamos a casa...
Dizemos isto porque, quando estamos longe dos ensaios e da banda, nos sentimos somente parciais - falta-nos qualquer coisa - falo por experiência própria.
Não seria a mesma pessoa (para o bem e para o mal) se não tivesse vivido com todos os elementos desta banda que me conhecem há 15 anos, todos os momentos que partilhámos juntos...
Daí que este post - e primeiro de tertúlia - é um post de agradecimento a todos por fazerem parte da minha vida.
Agradeço também aqueles que já deixaram de vir aos ensaios há mais ou menos tempo por todo o apoio que sempre me deram.
Agradeço ao mestre Palacino pelos 10 anos em que sempre teve paciência para as minhas falhas e para aquilo que aprendi com ele.
Agradeço ao mestre Luís Filipe por me ter permitido dar as primeiras notas na Banda da SMO.
Agradeço a todo o naipe de trompetes por ser o naipe que o mestre está sempre a mandar tocar mais baixo.
A todos os outros naipes, obrigado por acompanharem os trompetes!!!
Finalmente... e para que isto não se pareça uma cerimónia dos Óscares... BOM NATAL a todos e um Óptimo Ano de 2009...
NOTA: Agora, por favor, tratem de cumprir o calendário de Posts... Afinal bastam uns minutos para cumprir prazos... e isto não é a avaliação dos professores...
Obrigado
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Tertúlia - Afinal os 3ºs são os primeiros
Publicado por ponta_final_tromps às 15:00
Etiquetas: Tenho dito..., Tertúlia Virtual
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3 comentários:
"A todos os outros naipes, obrigado por acompanharem os trompetes!!!" LINDO - uma das melhores frases desde sempre escritas na internet.
Acho que já escrevi por aqui como foi o meu primeiro concerto: a segurar a partitura ao maestro Leitão numa noite de vento no Largo D Dinis. Desde aí... quantas notas erradas!!!!
Posso ter evoluído pouco como músico mas fazer parte deste grupo fez uma boa parte daquilo que hoje sou e disso tenho de estar grato a todos os que participaram na banda da SMO.
Melhor concerto? Não sei.
Pior música de sempre: É difícil escolher entre "Amigos para sempre", "1º Festival de Bandas Populares da Feira Popular de Lisboa", "Canção do Mar"
Melhor música de sempre: "Egmont"
Maior flop: O maestro Leitão parar a música em público depois de eu falhar um solo e eu "conseguir" falhar outra vez a seguir
Momento mais triste de sempre: tocar no Carnaval de Loures
Maior nostalgia: Orquestra Melodia
...
Permitam-me fazer um comentário a esta magnífica postagem. Sinto que faço parte dela com alguma proximidade, e como colega de niape mais velho e com algumas funções pedagógicas sinto que a formação dele passou um pouco por mim. E como nunca é tarde para aprender, OS TROMPETES NÃO TOCAM MAIS BAIXO, TOCAM MAIS PIANO.....ALTO OU BAIXO É AFINAÇÃO...dix (que mau feitio que eu tenho)
Obrigado pelo post!! Obrigado por te teres recordado e nos ajudares a recordar parte do que já passamos ao logo destes anos. Isto parece um programa de televisão daqueles lamechas, mas a verdade é que quando nos recordamos do que está para trás, temos sempre uma melhor perspectiva do que andamos a fazer agora.
Podia dizer muitas coisas acerca dos últimos anos, mas opto apenas por escolher o mais importante. Para mim, a música (ensaios, concertos, etc), tem-me ajudado a manter a sanidade mental. Podem achar exagero, mas no fundo é disso que se trata quando dizemos, tal como o Luís o faz neste post, que vamos aos ensaios e vimos de lá um pouco melhor, ou que quando não vamos sentimos falta de algo. Não queria fazer da banda uma espécie de terapia de grupo!!! Mas penso que a parte lúdica do que fazemos tem uma forte componente terapêutica e, também, educacional.
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