
As sociedades, mesmo as recreativas e culturais, também têm por vezes passados um pouco obscuros. Obviamente que a nossa querida e mui amada SMO não foge à regra. Julgo que um desses momentos menos felizes terá sido quando, ainda durante alguns anos, por concorrência de outras salas de cinema que começaram a aparecer em Odivelas, a SMO se viu forçada, a recorrer a projecção de filmes... como direi... um pouco mais animados, para tentar combater o decréscimo de receitas.
Quando foi efectuada na sede da SMO, durante o ano passado, uma sessão sobre as memórias do cinema, encontrei na parede exposto o cartaz d'A Prima, do qual tirei uma foto. Primeiro achei hilariante, principalmente pela forma como está escrito. Mas depois compreendi que, de facto, aquele cartaz cumpria uma função um pouco mais importante no contexto daquela exposição que acompanhava a sessão das memórias do cinema. A direcção fez bem em ter colocado uma menção a esse período menos brilhante. Como disse, todos nós temos algum passado de que não nos orgulhamos tanto. Mas, esconde-lo não é, normalmente, a melhor opção. É certo que no passado da SMO nem tudo foram rosas e as direcções nem sempre tomaram as melhores decisões, mas, apesar de tudo, 145 anos é uma idade invejável e não são estes detalhes cinematográficos que estragam o conjunto da obra.